
A sina de artistas que tateiam em vão o reconhecimento em sua terra natal antes de zarpar rumo ao desconhecido tolhe o país da oportunidade de conhecer melhor seus próprios talentos, que continuam aflorando longe dos palcos nacionais. Há décadas a música brasileira é saudada lá fora, enquanto o tratamento recebido dentro de casa parece um tanto quanto distante. Mas se a questão parece batida e não merece ser repisada outra vez, vale a pena destacar alguns nomes que há tempos tem arrancado elogios no cenário internacional. Longe de casaCriada em uma família de músicos, a paulistana Tita Lima aventurou-se em produções caseiras antes de embarcar para o exterior, onde lançou seu primeiro trabalho, 11:11. Bem recebido na Europa, principalmente no Reino Unido, onde Tita costuma se apresentar ao lado de outros exilados brasileiros, o álbum permitiu à cantora transitar entre o Velho Continente e os Estados Unidos, sem deixar, entretanto, de passar eventualmente pelo eixo Rio-São Paulo. Contando com a generosa colaboração do trombonista Bocato e dos produtores Apollo 9 e Kassin, Tita deu luz a um disco leve, descompromissado com as tendências que engendram a nova MPB. Em A Conta do Samba, a cantora brinca com uma melodia adocicada, marcada por espertas incursões de metal e por uma percussão um tanto quanto suingada. Já na faixa Maremorso, o clima é mais saudosista, revelando retalhos de bossa nova. Essa mescla de cool jazz, dub, samba e soul confere ao som de Tita Lima um balanço engenhoso, bem aproveitado pelo tarimbado DJ Gilles Peterson, que remixou algumas de suas canções.
Fonte: Yahoo Notícias
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